Recentemente, assumi uma tarefa na SourceLevel, meu trabalho atual, que envolvia a elaboração completa da documentação do nosso sistema, abordando aspectos como integração e utilização das diversas funcionalidades. Durante o processo, dediquei dois dias à redação de uma das páginas, ignorando, infelizmente, a minha prática regular de realizar commits a cada hora.
Ao perceber que algo poderia dar errado, fui imediatamente efetuar os commits para evitar qualquer possibilidade de problema. Entretanto, surgiu a necessidade de remover algumas páginas que não estavam sendo utilizadas no projeto em questão.
Para minha infelicidade, enquanto eu realizava as exclusões dentro do vim, utilizando os atalhos do Neotree,
mesmo com todos os cuidados tomados, acabei apagando acidentalmente a página na qual
havia trabalhado por dois dias. É relevante mencionar que a página não foi movida para a lixeira
do sistema operacional, pois foi removida internamente através do comando rm
.
Contudo, sempre busco em toda situação, por mais adversa que seja, algum aprendizado. Diante disso, decidi buscar por algumas medidas preventivas para evitar que isso me acontecesse novamente.
Posteriormente, descobri uma solução viável que envolve a criação de um alias
para o comando rm
. Essa abordagem não resultaria na exclusão permanente do arquivo, mas, em vez disso,
o moveria para a lixeira. Dessa forma, caso houvesse a necessidade de recuperar o arquivo, bastaria acessar a pasta
da lixeira e restaurá-lo.
Seguindo essa linha de raciocínio, discutindo sobre com o meu companheiro de trabalho Weverton, o mesmo
encontrou um projeto bastante interessante chamado safe-rm, o qual automatiza todo esse processo. Esse projeto
aceita os mesmos argumentos do comando rm
convencional, porém move os arquivos para uma pasta específica, em vez
de excluí-los permanentemente.
Existem duas formas de instalar, sendo:
- Clonar o repositório
$ git clone [email protected]:kaelzhang/shell-safe-rm.git
$ cd shell-safe-rm
$ sudo sh install.sh
- Usando npm:
npm i -g safe-rm
Em ambos os casos, você vai precisar criar um alias
em seu arquivo de configurações do bash (~/.bashrc
):
alias rm='safe-rm’
Para obter mais informações detalhadas, recomendo consultar o arquivo README
do projeto.
Adicionalmente, caso você use o ZSH
você pode usar o projeto zsh-safe-rm que
porta o projeto mencionado acima como um plugin do ZSH
, facilitando ainda mais sua instalação. Como não é bem o foco aqui,
não entrarei muito em detalhes, mas caso precise de mais informações, consulte o README
do projeto.
Agora, todos os arquivos que forem apagados no seu SO usando o comando rm
, vai na verdade mover esses arquivos para a lixeira (~/.Trash
no MacOS e ~/.local/share/Trash/files/
no Ubuntu).
Caso necessário recuperar algum arquivo, apenas copie-o utilizando o comando cp
.
# MacOS
cp ~/.Trash/my_deleted_file.txt ~/Documents
# Ubuntu
cp ~/.local/share/Trash/files/my_deleted_file.txt ~/Documents
Sempre que necessário, você pode limpar sua lixeira usando o comando padrão rm
:
# MacOS
command rm -r ~/.Trash/*
# Ubuntu
command rm -r ~/.local/share/Trash/files/*
Mais uma vez, essa experiência destacou a importância de se fazer commits regularmente. Porém, acidentes sempre acontecem e vale a pena adicionar mais uma medida de proteção desse tipo com o intuito de evitar situações assim. Afinal, é melhor prevenir do que remediar, não é mesmo?
Obrigado pela leitura!